Césio-137 O desastre de Goiânia


Para você entender como funciona a radioatividade, tem um post falando sobre isso, é só clicar aqui.

 No dia 29 de setembro de 1987 foi encontrado uma fonte de contaminação radioativa em várias localidades de Goiânia e concluiu-se que vinha de uma fonte de Césio-137, material radiológico que era usado pelo Instituto Goiano de Radioterapia.

 A Comissão Nacional de Energia Nuclear, mais conhecida como CNEN é o órgão responsável no Brasil por adequar as normas internacionais e adotá-la para regulamentar o uso das radiações. Ou seja, é ela que licencia e fiscaliza toda a produção e uso de energia nuclear nacional.
Cápsula de Césio-137
Fonte: Wikipédia
 O Instituto Goiano de Radioterapia foi fundado em 1971 e é registrada pela CNEN por possuir uma bomba de Césio-137 e de Cobalto-60. Na primeira locação do terreno foi feito um acordo de 10 anos gratuitos com o legítimo proprietário. Após esses 10 anos, então em 1881, tentaram novamente fazer esse acordo, porém foi negado e não renovado. Dessa forma, foi acionado uma ação de despejo e em 1984 o local foi vendido para o Instituto de Previdência e Assistência Social de Goiânia, que passou a ser responsável pelo terreno.
 Em 1985, o Instituto Goiano de Radioterapia transferiu-se para outro prédio, deixando a bomba de Césio-137 no local. A vigilância sanitária não foi acionada e o material ficou lá por 2 anos. O prédio foi abandonado até o dia 13 de setembro de 1987, em que dois catadores de papel, Roberto Alves e Wagner Pereira levaram parte dos equipamentos para vender como sucata.
 No quintal da casa deles, deram marteladas no equipamento e violaram a fonte.

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Equipamento de onde foi retirado a cápsula de Césio-137
Fonte: G1
 Nesse mesmo dia, os dois apresentaram sintomas de vômito e diarreia e ao irem ao hospital 2 dias depois, já apresentavam bolhas nas mãos e nos braços.
 A fonte de Césio-137 é blindada por chumbo por ser muito penetrante e por ser violada, foi liberado grandes concentrações de radiação no ambiente. Parte do material foi vendido para o dono de um ferro velho, Devair Alves Ferreira, que ficou encantado com a luz azul que emitia do pó do Cs. Nesse dia, 19 de setembro, ele distribuiu entre os familiares, grãos de cloreto de césio. 
 Até o dia 28 de setembro, foi vendido mais material para outros dois ferros-velhos, um deles era de Ivo Alves Ferreira, pai de Leide das Neves, uma das pessoas que mais sofreu com esse acidente. Na casa de Ivo, o pó de Césio ficou destacado na sala onde era servido as refeições e na sala de estar. Maria Gabriela Ferreira, esposa de Devair, tinha muitos sintomas da radiação e foi a primeira a se livrar do material.
 Somente no dia 28 de setembro, ela levou junto com Geraldo Guilherme o saco com os resíduos para a Vigilância Sanitária de ônibus. Esse saco ficou no departamento da vigilância da noite pro dia e quando os trabalhadores chegaram, todos foram contaminados.
 Maria Gabriela e Geraldo foram encaminhados para o Hospital de Doenças Tropicais no Centro de Informações Toxicológicas, onde foram diagnosticados as bolhas e sintomas, como contaminação por radiação.
 Só depois disso que acionou-se um físico para medir os níveis de radiação e mapear as regiões de contaminação. 

Diferentemente do que os canais de informação dizem, esse acidente em Goiânia não foi o mais grave do mundo, (e sim, um dos mais graves) pois, é classificado pelo International Nuclear Events Scale (INES) como nível 5. O INES classifica os acidentes radiológicos entre 1 até 7. Os únicos que receberam nível 7 foram o de Chernobyl e o de Fukushima. 

Consequências do acidente

 No dia 1º de novembro, a CNEN decretou estado de emergência e transformou a cadeira e o saco contendo o Césio, como rejeitos de altíssima gravidade.
 Todo esse acidente resultou em demolição de 7 casas, várias construções e barracões e camadas de solo.

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 Apenas em maio de 1997 os rejeitos foram levados para um depósito construído para durar 300 anos e nele plantou-se grama.
 Até setembro de 2012, foi declarado mais de 6 mil mortes. Várias pessoas foram irradiadas externamente, tiveram que ser internadas e cerca de 112.000 foram monitoradas pela CNEN.

 Foi concluído que os descendentes dos que estiveram expostos, não tiveram sequelas da contaminação, mas há relatos de que doenças surgiram mais cedo, como por exemplo hipertensão arterial.

REFERÊNCIAS  

Nitschka. Transparência Nuclear: Cronologia dos fatos. Disponível em: <http://transparencianuclear.blogspot.com.br/2012/01/cronologia-dos-fatos-maquina-de.html> Acesso em: 16 de agosto de 2017. 
OKUNO, E. Efeitos biológicos das radiações ionizante. Acidente radiológico em Goiânia. Estud. av. vol.27 no.77 São Paulo  2013. 
HENEINE, Ibrahim Felippe. Biofísica básica. Rio de Janeiro: Atheneu, 1984-2000. 391p


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Jackeline Bianc

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