A febre amarela é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada
por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes, como os mosquitos), mantida
em ciclos silvestres em que os macacos são hospedeiros e os mosquitos são os
vetores, ou seja, transmissores. É uma
doença em que regularmente, causa surtos epidêmicos na saúde pública e os
mosquitos causadores desse transtorno vêm do gênero Aedes e Haemagogus.
Gênero Aedes |
Gênero Haemagogus |
A febre amarela foi a primeira febre hemorrágica vital a ser
descoberta e a que mais aterroriza a população moderna. Os mosquitos que são
infectados com o vírus da febre amarela permanecem com ela a vida toda, ao
contrário dos macacos, que assim como humanos, morrem ou podem se curar, se
tornando imunes. Dessa forma, os macacos
são apenas hospedeiros amplificadores (susceptíveis a infecção) da virose.
Nas Américas, os
macacos que são mais sensíveis, são os guaribas (ou bugios) (gênero Alouatta), e os que apresentam mais
resistência são os macacos pregos (gênero Cebus).
A dose mínima que é administrada aos bugios é fatal e desenvolve infecção
fulminante. Os macacos pregos podem receber uma dose alta do vírus, que não
desenvolve uma doença grave, no mínimo uma febre rápida e seu sistema imune
consegue neutralizar a infecção.
Recentemente, no Rio de Janeiro foi registrada a morte de
104 macacos por violência e envenenamento, devido ao senso comum e à falta de
informação de que os macacos transmitem a febre amarela. Entre esses macacos, encontramos
o mico-leão-dourado, ameaçado de extinção, saguis e bugios.
É importante saber que os macacos são marcadores ambientais,
ou seja, a morte natural dos mesmos é um alerta de que algo no ambiente está
errado e que possamos nos mobilizar com vacinas e eliminar focos do mosquito. A
morte desses animais não nos livra da febre amarela, pelo contrário, nos
tornamos o alvo principal, visto que os mosquitos têm preferência por primatas
não humanos e secundariamente, por humanos.
Não é matando os macacos que diminuímos a febre amarela, é
nos vacinando e acabando com a proliferação dos mosquitos.
Referências
DA COSTA VASCONCELOS,
Pedro Fernando. Febre amarela. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 36, n. 2, p.
275-293, 2003.
Reportagem da notícia.
Disponível em <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/rjtv-2edicao/videos/t/edicoes/v/104-macacos-morreram-esse-mes-no-rio/6442959/>
Acesso em 24/01/2018
Uma tristeza :(
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